Nos últimos anos, sobretudo após a publicação do relatório Finch em 2012 e especialmente em alguns países europeus, como o Reino Unido, a Holanda e Alemanha, que sediam os grandes grupos editoriais que dominam a publicação científica, se observou uma reorientação de estratégia e a uma grande pressão por parte de decisores políticos e de alguns setores da comunidade científica, para promover o acesso aberto dourado. Para além do relatório Finch, são exemplos deste movimento a orientação definida pelo governo holandês em novembro de 2013, expressando preferência pela via dourada e a iniciativa OA2020, promovida Max Planck Society, para transformar o atual sistema de comunicação científica convertendo o modelo de assinaturas para o acesso aberto dourado, o que é conhecido como “flipping”.
O raciocínio invocado para estas posições e iniciativas é a necessidade de acelerar a transição para o acesso aberto, e garantir a sustentabilidade do sistema, assegurando o financiamento das publicações.
Esta inflexão, privilegiando o acesso aberto dourado, tem sido em alguns casos expressamente apoiada pelos grandes grupos editoriais ou objetivamente promovida pelas incertezas e obstáculos que alguns desses mesmo grupos têm criado em torno do acesso aberto através dos repositórios.
Mas, por outro lado, ela tem também suscitado fortes reservas e críticas frontais em muitos setores do movimento de acesso aberto, quer na Europa ou fora dela.
Por ocasião da celebração dos 20 anos da Declaração de Acesso Aberto de Budapest, em 14 de fevereiro de 2022, publicou-se uma nova Declaração contendo um conjunto de novas recomendações, considerando-se o cenário corrente, além de inputs da comunidade. As recomendações contemplam:
- Infraesturutas abertas e sua governança;
- Práticas de avaliação de pesquisa;
- Taxas de procssamento de artigos;
- Acordos leia-e-piblique (read-and-publish).
Para saber mais, acesse as Recomendações do Vigésimo Aniversário da BOAI.