Módulo 4 | Aula 2 As mídias e a tecnologia de informação em saúde

Tópico 3

Internet e Saúde

Fotografia de uma mulher em frente à tela de um computador laptop assoando o nariz.
Fonte: Freepik

Os níveis de conectividade estão em constante crescimento. A popularização da internet no início do século 21 revolucionou nossa sociedade e uma nova cultura se estabeleceu. O consumidor da informação na internet não é mais um receptor passivo de conteúdo; ele assumiu o protagonismo da narrativa, participando ativamente da elaboração de conteúdos midiáticos em um ambiente digital participativo.

É cada vez mais comum a utilização da internet para a busca de temas relacionados à saúde ou a procura por tratamentos (MARIN, 2019). Por um lado, o maior acesso às informações sobre saúde – um dos pilares da LS - abriu portas para os usuários dos sistemas de saúde, possibilitando um papel mais ativo nas decisões sobre a própria saúde - seja no que tange à promoção e prevenção, ou a tratamentos e autodiagnósticos (MACHADO, COSTA, 2015). Por outro lado, o crescimento da disponibilidade do conteúdo sobre saúde, a qualquer hora e em qualquer lugar, tornou os usuários mais suscetíveis a riscos. A quantidade enorme de conhecimento disponível on-line abriu possibilidades importantes para a promoção do autocuidado em saúde, mas também motivou o surgimento de desafios inéditos na área da saúde, como saber reconhecer a qualidade da informação sobre saúde disponibilizada na internet. Assim, as tecnologias digitais podem ser aliadas ou obstáculos ao processo de promoção da LS, a depender do uso que se faz delas. Um dos grandes obstáculos é o fenômeno de desinformação.

Mas, será que essa é uma realidade de todos? Acesso à internet, conectividade, globalização. Será que o digital é acessível?

Para refletir...

Quando falamos sobre Internet e TICs, é importante ter em mente que o acesso ao mundo digital não é igual para todos, e que os níveis de acessibilidade tecnológica podem ser limitados para alguns segmentos da sociedade, principalmente para a população idosa, pessoas com deficiência e indivíduos em situação de vulnerabilidade socioeconômica (FREITAS et al., 2019).

Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2020, dois em cada dez brasileiros não utilizam a internet, e uma parcela bem menor de internautas das classes D e E de internautas com menor escolaridade buscam informações sobre saúde na internet, o que evidencia a desigualdade nas oportunidades da Saúde Digital para diferentes segmentos da população. Além das barreiras de acesso, os obstáculos relacionados à acessibilidade e compreensibilidade fazem com que a taxa de busca de informações on-line diminua entre grupos sociais específicos - como idosos e pessoas portadoras de deficiência. Por isso, é importante que as ferramentas de Saúde Digital, além de eficazes e confiáveis, sejam também fáceis de usar (FREITAS et al.9).